sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013



Entre tantas outras

Coube ser a mim, ser a sem valor,
talvez o valor de uma comida.
Quem sabe de uma casa limpa.
Se um dia eu ainda a tiver.

Coube a mim ser mãe, sem se quer poder tê-los por perto.
Agarrou-me pelas vestes que me sobraram,
levei comigo o que cabia em uma bolsa de plástico.
Segundo outros, voltei a ser a …

Quem eu nunca fui, passei a vê-los de longe quando os olhava entrando na escola,
tive vergonha que me vissem suja, desajeitada, que tivessem vergonha de mim.
Me lembro de certa vez que meu mais novo de longe olhou nos meus olhos e
sorriu.

Me afastei e deixei que as lagrimas limpassem meu rosto, de noites dormidas na rua.
Tive que me submeter a fazer o que nunca precisei, passei a ser o que nunca seria.
Passei pelo amor rapidamente, ficou com medo da dor que viria logo atrás.
Os amo devastadamente, só não me deixaram ser quem eu precisava ser,
há quem precisava de mim, minhas raízes, meus frutos são os meus alimentos.

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